Dado

 

 (dado)X 

(2002)

Com este trabalho, percebemos como o artista cria diagramas/mapas/dados que representam o vazio do prédio escapando pelos seus furos/janelas/buracos ao mesmo tempo em que ajudam a iluminar seu interior, criando possibilidades de jogadas/luzes/movimentos que dialogam com o espaço abandonado, propondo questionamentos sobre o que está além dele, seu lado de fora. São os rastros da própria arquitetura que revelam os resultados.

 

Esse desenho foi encontrado em um prédio cuja construção fora interrompida. Na verdade, metade do prédio, pois a parte que foi terminada funciona hoje o Hospital do Fundão, no Rio de Janeiro. O grafitti anônimo figurava como uma espécie de mapa ou diagrama do estado em que se encontrava aquela construção: como saber qual o resultado de um possível lance de dados, uma vez que todas as faces do volume são transparentes e comunicantes?

Sem resposta para tal problema parti para testes experimentais. Decidi lançar o dado no qual acreditava ter se transformado aquele prédio. (Matheus Rocha Pitta, 2011)

O vazio é usado para desenhar instâncias moduladas pela luz, constituindo jogos de perspectiva e de dados. Aqui a questão do diagrama envolve tanto os lados numerados do dado quanto a interioridade do prédio e seu esquecimento, a memória perdida que este espaço engendra.