Denise Helfenstein

 

 

Denise Helfenstein se destaca por sua abordagem multifacetada da linguagem fotográfica, pela espacialidade imagética elaborada a cada trabalho e, enfaticamente, pela inscrição do movimento instável do tempo na imagem. A paisagem tem sido uma questão a qual tem se dedicado e que adquire nas suas obras a turva densidade temporal pelo uso de recursos multimídia. Há, no seu processo de trabalho, a construção de uma poética que assume o caráter híbrido da imagem fotográfica, que a faz dialogar com diferentes mídias. Do interior da câmera obscura à experiência instalativa, a artista persegue, em sua itinerância, o fenômeno imagético.

Em sua recente trajetória artística, Denise Helfenstein tem realizado trabalhos experimentais que vão além de um olhar estático e limitado da linguagem fotográfica. Seu encontro com a câmera obscura –  pinhole, no início dos anos 2000, foi decisivo para seu processo de apreensão do espaço-tempo, que incorporou o fenômeno da instabilidade das imagens no interior da câmera. A própria artista assim define: “sei que a imagem, antes de ser plana e fixa, é uma projeção instável em um espaço tridimensional” (HELFENSTEIN, 2010). Nessa direção, suas imagens se convertem em fluxos do tempo, transfigurações da paisagem.

As obras selecionadas para compor o acervo da Midiateca Geraldo de Barros abrangem três formas de apreender o tempo-espaço: a inscrição do corpo, a composição de intervalos no espaço e a apreensão da paisagem.