Agora

 

Agora, 2012

Agora (2012) é a mais recente criação do coletivo. O fio condutor que guiou a escolha e a edição das imagens foi a luz confrontada com seu avesso, a escuridão, algo que lhe dá potência. O escuro adquire nestas imagens um sentido de repouso, como se estivesse à espera de algo que o ative. A fotografia estabelecida pela luz é normalmente chamada de natural, mas aqui aparece como artifício porque já é filtrada e desenhada pelo ambiente, pela paisagem, pela arquitetura e reinterpretada pelo tratamento. Os artistas partem do princípio que a luz nunca é natural, que ela é sempre criada em cativeiro a partir da técnica. Desenvolvido em espaços públicos, o trabalho busca uma compreensão de como a luz nestes ambientes ainda pode existir em um estado de semiliberdade. 

Por outro lado, as pessoas retratadas aparentam estar soltas, imersas em instantes cuja totalidade não podem compreender imediatamente. O trabalho coloca em questão a ideia de um embate entre natureza e cultura que aparece em muitos trabalhos recentes do coletivo. É o trabalho considerado mais introspectivo pelo grupo, “que mergulha em experiências vividas, mas também em demandas ou provocações externas”.