Miragens

 

Miragens 

1994/1996

Fotografia com câmera de orifício, C-Print analógico, moldura folheada a cobre 

Composta de imagens pinhole e de um filme-objeto (filme loop preto e branco com viragem acionado por projetor com pêndulo, o qual é apoiado em bancada de aço de 125cm de altura e cujas imagens são projetadas em disco de aço – de 25cm de diâmetro por 4cm – afixado em parede), a instalação abriga a temporalidade marinha tanto no movimento fílmico quanto em fotografias. O antigo aparelho de projeção que roda o filme em looping exibe 15 segundos do movimento da água em alto mar, intercalados por 5 segundos de intervalo. As fagulhas do filme e o pulsar de um quadro a outro favorecem ao observador uma experiência temporal cinética, na qual o balançar das ondas se inscreve no ir e vir das imagens. Paralelamente, a duração da paisagem marinha adentra as fotografias pinhole afixadas nas paredes, apresentando um mar gasoso e claro à beira de rochas escuras. Borradas e envoltas em sombra, as imagens tornam densa a espessura do espaço-tempo litorâneo.

Dirigindo seu olhar para a paisagem, a obra Miragens esvazia-se de personagens humanos para pôr em questão as nuances do mar e as nervuras do tempo. Aparelho de projeção caduco, imagens ruidosas do oceano em looping, fotografias turvas da paisagem litorânea se unem na composição de um ambiente que oferece ao espectador um mergulho nas nuances temporais das diferentes imagens.