A Última Foto

 

 

A Última Foto

Para o trabalho “A última foto”, a artista convidou 42 fotógrafos profissionais para fotografar o Cristo Redentor usando câmeras mecânicas de diversos formatos; das câmeras de chapa 9 cm x 12 cm, do início do século xx, até as câmeras reflex, para filme 35 mm, da década de 80, que colecionou ao longo dos últimos 15 anos. Ela própria também fotografou com uma das câmeras que pertencia a seu pai. As câmeras, usadas pela última vez, fo- ram lacradas. As fotos foram editadas por Rosângela e pelos autores. O projeto “A última foto” é constituído por 43 dípticos, compostos pelas câmeras e pela última foto registrada por cada uma delas.

Se em “Experiência de cinema” e em “Frutos estranhos”, ao somar as possibilidades da foto e do vídeo, as imagens atingem uma condição que é estranha a ambas as mídias, habitando um espaço intermediário, próprio das quebras de paradigmas, em “A última foto”, o que está em jogo é a ima- gem. Ela se torna parte de um dispositivo (maquinária e maquinação) que inclui as câmeras e a fotografia analógica. Cada foto da exposição participa e é atravessada pelo processo que a forja. O recurso do vídeo, composto com imagem e música, permite associar o Yin e o Yang da cultura chinesa – os opostos que se complementam – ao hibridismo entre oriente e ocidente que caracteriza a cidade de Istambul, dividida entre a Europa e a Ásia.